Os avanços tecnológicos na saúde modificam o setor todos os dias desde a detecção até o tratamento de doenças, com a relação entre médicos e pacientes sendo invadida por algoritmos e computadores. Os dados dos pacientes começam a ser pensados de maneira integrada, em plataformas digitais que contribuem para o desenvolvimento da chamada medicina preventiva e preditiva.
Por Andréa Ferreira, Consultora Especialista em Regulatório de Saúde do Peck Advogados.
Muitas pessoas consideram-se saudáveis quando estão sem nenhuma doença, porém a falta de enfermidades não significa presença de saúde. Dizer que uma pessoa está saudável requer a análise de um conjunto de fatores, tais como qualidade de vida e aspectos mentais e físicos.
Em 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou um conceito que visava ampliar a visão do mundo a respeito do que seria estar saudável. Ficou definido então que “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
A reflexão nos leva a uma conscientização sobre o tema que pode estimular políticas voltadas ao bem-estar da população. É importante que a população aprenda a cuidar-se e informar-se sobre seus direitos quando o assunto é promoção da saúde.
De acordo com a Lei nº 8.080, de 1990, a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. A lei também enfoca que, para haver saúde, alguns fatores são determinantes, tais como: a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer, e o acesso aos bens e serviços essenciais.
Em paralelo, a esses conceitos, temos a evolução tecnológica que é, sem dúvida, parte integrante dos avanços nos cuidados na área da saúde, seja por meio da telemedicina, telessaúde, inteligência artificial (IA), dentre outras.
As inovações tecnológicas na saúde modificam cada dia mais o setor: desde a detecção até o tratamento de doenças. Algoritmos e computadores agora fazem parte das relações entre médicos e pacientes, seja em consultas a distância, exames e cirurgias com apoio de robôs. Os dados dos pacientes começam a ser pensados de maneira integrada, em plataformas digitais que contribuem para o desenvolvimento da chamada medicina preventiva e preditiva.
São avanços impulsionados com a pandemia, mas que seguem em evolução em ritmo acelerado. Conforme surgem novas aplicações e demandas, é necessário meios de garantir a proteção e a segurança nesses procedimentos, dentre eles:
- Inteligência artificial — Com os avanços na criação de um marco legal de desenvolvimento e uso da Inteligência Artificial (IA), as empresas que trabalham (ou pretendem trabalhar) com essa tecnologia deverão compatibilizar suas operações com as futuras normas que regulamentarão a IA no Brasil;
- Robôs na área da saúde — Com os avanços da tecnologia na área saúde, torna-se possível que robôs realizem cirurgias, naveguem por um organismo humano, coletem sangue, recepcionem pacientes e promovam mais segurança durante os tratamentos de saúde de pacientes, por exemplo. Sendo assim, em linha com essas inovações, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a Resolução CFM nº 2.311/2022, que dispõe sobre as diretrizes da prática de cirurgia robótica no Brasil;
- Saúde mental — O tema saúde mental merece destaque e, de acordo com a OMS, saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade.
Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as doenças mentais registram hoje a terceira posição no número de afastamentos de trabalhadores no Brasil. Entre os transtornos que mais acometem os brasileiros estão: síndrome de Burnout, depressão, estresse ocupacional, ansiedade, além da síndrome do pânico.
A depressão e a ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia. O Brasil enfrenta uma segunda pandemia, desta vez na saúde mental. O impacto emocional das perdas familiares, o sentimento de medo, a falta de socialização e a instabilidade no trabalho aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico dos brasileiros.
Segundo a Associação Brasileira de Psicologia da Saúde (ABPSA), 80% dos psicólogos perceberam uma procura muito maior por atendimento durante a pandemia. Durante esse período, só foi possível permanecer com os atendimentos por meio de ferramentas digitais e terapia online. Com a lei da telessaúde no Brasil (Lei nº 14.510/22), a busca por empresas que viabilizam a prática da telessaúde estará em ascensão nos próximos anos, portanto, essas companhias deverão se preparar para adequar sua operação aos novos cenários regulatórios.
Ser saudável atualmente não é tarefa simples e fácil. Enfrentamos desafios diariamente, rotinas estressantes, pouco tempo para uma alimentação saudável, ausência de atividade física. Entretanto, devemos tentar ao máximo adotar no dia a dia práticas que melhorem nossa qualidade de vida a fim de conseguirmos melhorias física, mental e social.
Mas devemos nos manter ativo, feliz, positivo e equilibrado física, emocional e socialmente diante da vida para ter uma saúde saudável.
Fonte: Saúde Digital News